quinta-feira, 28 de janeiro de 2010 - 11 comentários
Silêncios
Pausas
Lembranças
E infinitos desejos de dissolver vazios, por que vazios nos enchem?
Aborto de sonhos, vestígios de esperanças a desaguarem na lama
Que se misturam a noite, que se misturam a dor, que se misturam aos silêncios, pausas, lembranças...
Tentativas de abraçar possibilidades, de abraçar verdades, de abraçar intensidades que dispersas procuram seguro abrigo.
FeridasMarcas de outras vidas... que se buscam sós
Sangrias palavras que não lavam almas
Palavras cortantes
Pulsantes em injustiça que atiça...
Que carniça,
Que tranpira Fétidas ...
Silêncio
Pausas
Lembranças...
Que se desalinham e se enroscam em cruéis corações que desarmados, desalmados nos cortam com falsos diamantes...
E nem o brilho dos olhos ficam nas pedras...
terça-feira, 26 de janeiro de 2010 - 7 comentários


Estrelas me entram pela janela dos olhos quando a noite me invade.
Ora, ouvir estrelas?
Não, não quero ouví-las,
Quero apenas sentí-las
Pois se as sinto, ainda sei que permaneces em mim.
Por que há brilhos nos meus sonhos

E estrelas nos teus olhos...
domingo, 24 de janeiro de 2010 - 8 comentários
"Por que elas sempre me roubam os sentidos, mesmo tocadas em silêncio"

Uma rua, tantas vidas.Tantos passos, tantas idas.Tantas caras, tantos risos
Tantas faces, tantas dores
O que eu ouço por vezes alcanço com as mãos, que invisivelmente atrai para si pensamentos alheios.
Não, Não tenho poder para tal, Não leio mentes, nem tenho visão tridimensional.
As vezes nem queria ver nem ouvir, mas minha alma insiste em guardar no meus bolsos essas visões, esses sons, esses desejos e emoções.
Por que vejo então?
Meus bolsos estão cheios de músicas tocadas pelas ruas, músicas tristes, alegres, lentas ...
Em cada face uma música, que não sai da boca, mas dos olhos, do coração.
Uma sociedade in(consciente) que produzem ecos aos meus ouvidos, que produzem cores aos meus olhos, que produzem lágrimas à minha alma.
E quando as ouço, ouço uma triste melodia, marginalizada assim como quem as canta, orações perdidas de uma criança chorando tons, do velho na calçada, da esmola não dada, da doença impregnada.
Sons doentes .
Valsas tristes, solitárias desses músicos que compõem suas vidas, que tocam os olhos, que dá pausa ao coração.
Meus versos são tristes? não, são apenas melodias de bolsos tirados das ruas.
E é hora de esvaziar os bolsos para não interiorizar essa canção.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010 - 5 comentários
Adormecido
Um poema adormecido na imensidão da madrugada, embalado pelo son do silêncio, adormecido como o sol à espera do despontar da aurora, adormecido como a princesa à espera do príncipe para despertá-la, para desposar suas rimas e tons.
Um poema esquecido, à deriva da imensidão, perdido na canção que se dispersam em sonhos. Ao menos ouvisses as canções que vibram sem acordes, livres nas pausas e nos timbres que tocam as letras.
Um poema que adormecido se vê como forma de sustentação, de redenção e até ilusão.
Um poema que se prefere assim, pois quando dormes te encontra em suas linhas.
Linhas trêmulas, que ainda desenha príncipes e pincesas, que desenha uma mínima possibilidade de existência nesses contos de fadas, transformados em contos reais, por vezes tão reais que se fazem dor.
E durante esse profundo sono, sonâmbulas vontades ousam escapar pelos versos, vontades embriagadas de nostalgia, de descrenças às possibilidades que ousam marcar o papel, o meu papel... a minha vida... as minhas páginas...
Deixo dormirem todas as palavras, todos os sonhos, toda poesia
E no silêncio que ainda me sobra canto uma cantiga de ninar...
Dorme poesia...
Dorme hoje
Por que amanhã é outro dia...
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010 - 4 comentários


Ela surge de mansinho e me entra
Me penetra alma adentro e venda meus sentidos
Um labirinto, um encontro perdido
Não me bastaria o silêncio da noite
Agora roubaste minhas estrelas
No meu chão, o que cortam meus passos são os cacos do que me sobra
Cortes, marcas, feridas
Alma contida, uma sede
E bebo do chão que me resta essas poucas gotas que me sobraram nas veias
Agora roubaste minhas estrelas
E eu tive que voltar ao céu para chorar
A imensidão desse céu por vezes me desce
E tenta me tomar
Já é tarde
A noite me tem...
sábado, 9 de janeiro de 2010 - 7 comentários
E sobe aos sentidos o cheiro de terra molhada
A noite estava calma, lágrimas serenas escorreram pelas janelas
Despedindo-se dos céu que antes tocara...
Elas lavam caminhos e levam dores... que são tantas e infinitas
Quais caminhos? o que fica? o que me fica?
Por que essa chuva me dói tanto, tudo chove aqui, escorre face abaixo perdendo-se na enxurrada da noite, o silêncio me rasga a alma, o pensamento exala pelos poros, sangra no coração...
Silêncio, silêncio, chuva
Um frio, calafrio, náuseas, tormentas
Dor intensa...
Que as chuvas não levam
A noite me entra
Me toma os olhos,
Olhos que adormecem...
Despedidas
Das chuvas, dos pensamentos, dos versos que foram vida
Dos sonhos que ja não me cabem
De tudo o que já não me basta...
Despir-me dos apegos que não necessários me encontram
E tudo foge dessa realidade, que só quer descanso
Descanso...
Descanso...
É hora de repousar o passado, descansar as entrelinhas, e dar tempo aos olhos.
E tudo perde, se perde nessas águas que de mim buscam calmaria...