quarta-feira, 11 de dezembro de 2013 - 6 comentários
Queria a simplicidade do riso a fazer-te feliz
Queria a leveza do toque a embalar-te o sonhar
Queria a maestria das notas a levitar-te os sentidos
Queria a doçura do beijo a entregar-te o sabor
Queria ser-te amor

Queria tirar-te a dor das pedras que jogo
a profecia do verbo das frases que rogo
queria implorar-te perdão
e dizer-te da minha ingratidão, solidão, ilusão
do que não sou
do que não tenho
do que nao dou
nao sei dar sentido ao vazio que me habita
preencher o lado que grita
por fome de mim... de fim...
sou pó, poeira fina e resto de nada, grão pequeno na estrada
gota de angustia que pulsa
num pulso falido
sou falho, fiasco, mundo torcido
banido, perdido, vagão sem um trilho, estrada
sou nada
sou nada...
resto
dejeto
asas sem voo
vidro cortante
sangue esgotante
fétida deserta
aridez e rispidez
sou nada, sem lei