quarta-feira, 21 de agosto de 2013 - 4 comentários

Navegante...





 Pensamento navega num mar de incertezas ancorando memórias desfeitas, gritos de marinheiros perdidos procuram a direção do cais, uma bússola desgovernada orienta o caminho errante, tristes cantos, canto ausente.

A lua agigantada pelo cheio se desfaz e chove nesse canto de sereia triste, chove tempestiva lembrança, naufragada também nesse barco de mim... Sou assim, onda vazia carregada sem rumo, onda vazia perdida no mundo, sal e dor.

Se eu soubesse definir esses tombos, assombros que ferem retinas, assombros que balançam paredes abandonadas como a velha casa esquecida, são as águas borbulhantes desse querer de dentro, dessa fonte paz, desse poço aberto que pedem por hora a paz.

São essas águas que levam, que descem, que rolam o pensamento, que procuram histórias perdidas em garrafas pelo mar, as minhas garrafas ilhadas no ousar distante...

As minhas garrafas sem luar!

E o pensamento navega...
terça-feira, 13 de agosto de 2013 - 4 comentários
 A minha dor dorme baixinho
O meu silêncio grita sufocando o peito
A minha morte agoniza a pele
E meu desespero espera lento 
Essa madrugada que parece não ter fim...
E vai morrendo um pouco de mim
segunda-feira, 12 de agosto de 2013 - 9 comentários

Solidão...

Papel,
Caneta
E saudade nas mãos...



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 (...) A gente vai aprendendo a doer devagarinho
A gente vai se inflamando por dentro
Até chegar o ponto de vazar o olhar
sábado, 10 de agosto de 2013 - 1 comentários



Em noites tristes, uma pseudo alegria
A vida é tanta distância do que se queria

E os risos desenhados,

No fundo eu entendia o olhar magoado

E os olhares,

Tudo estava lá

As cores,

A dança,

E a batida leve do pulsar choroso

Do impulso mudo

Que gritava dentro

A lua, o céu

O seu cheiro

O brinde

A saudade que cortou o sábado

A foto que estava reservada

E o lugar à mesa tão teu...

Tudo desenhado há dias

E a presença que não se fez

Que não tem volta

E a revolta pelo lugar vazio

E  uma longa pausa aqui dentro

Dessa saudade que angustia



“Ele se foi”




sexta-feira, 9 de agosto de 2013 - 4 comentários


 Sorrisos bobos
Palavras bobas
Sentimentos bobos
Um olhar bobo
Que enxerga simples bobeiras
Num jeito bobo de levar a vida
E acreditar numa boba felicidade

Porém possível!


segunda-feira, 5 de agosto de 2013 - 3 comentários

A casa ainda chora





Quando fostes embora abandonando a casa, deixou nos velhos quadros uma saudade magoada, os retratos ainda estão lá insistindo uma cor,as imagens não se definem, ficaram cinza os olhares e as palavras que eram de amor se emolduraram de dor.
Quando fostes embora a casa envelheceu. As paredes choram ensurdecendo a minha solidão e as folhas desse longo outono cobrem o telhado, abandono enraizado!
Uma casa terror que agoniza o olhar.
E você se foi...
As tuas palavras penduradas no varal ainda balançam com a brisa, às vezes confundo a brisa com o teu toque e ouço tua canção, mera ilusão!
Eu descanso na cadeira de balanço coberta com os retalhos dos nossos sonhos, retalhos de memórias tantas que fizeram nossa história, mas o frio me veste e eu sinto um grande tremor. A lua me sorri gelado e eu choro desamor.
Queria acreditar que beijos curam as mágoas, queria acreditar que aquelas juras e promessas fossem para sempre.
Queria voltar nosso conto e sentir sua pele sobre os sentidos que calam. Queria vestir-me de ti
A casa ainda chora e sua estadia deixou lembranças pelos vidros  na mesa, litros de saudades onde me embriago de tua ausência...
Por que você se foi quando prometeu ficar?
Um nó aperta, eu fecho a janela e tudo vira escuridão
É assim que sou
Negritude solitária caída ao chão...
E a casa te espera!