segunda-feira, 5 de agosto de 2013 - 3 comentários

A casa ainda chora





Quando fostes embora abandonando a casa, deixou nos velhos quadros uma saudade magoada, os retratos ainda estão lá insistindo uma cor,as imagens não se definem, ficaram cinza os olhares e as palavras que eram de amor se emolduraram de dor.
Quando fostes embora a casa envelheceu. As paredes choram ensurdecendo a minha solidão e as folhas desse longo outono cobrem o telhado, abandono enraizado!
Uma casa terror que agoniza o olhar.
E você se foi...
As tuas palavras penduradas no varal ainda balançam com a brisa, às vezes confundo a brisa com o teu toque e ouço tua canção, mera ilusão!
Eu descanso na cadeira de balanço coberta com os retalhos dos nossos sonhos, retalhos de memórias tantas que fizeram nossa história, mas o frio me veste e eu sinto um grande tremor. A lua me sorri gelado e eu choro desamor.
Queria acreditar que beijos curam as mágoas, queria acreditar que aquelas juras e promessas fossem para sempre.
Queria voltar nosso conto e sentir sua pele sobre os sentidos que calam. Queria vestir-me de ti
A casa ainda chora e sua estadia deixou lembranças pelos vidros  na mesa, litros de saudades onde me embriago de tua ausência...
Por que você se foi quando prometeu ficar?
Um nó aperta, eu fecho a janela e tudo vira escuridão
É assim que sou
Negritude solitária caída ao chão...
E a casa te espera!

3 comentários:

Élys 6 de agosto de 2013 às 12:17

Quando existe uma perda, parece que toda a casa, realmente, chora.
Beijos.

Arnoldo Pimentel 6 de agosto de 2013 às 12:18

A solidão sempre habitando espaços deixados em branco.Parabéns.

Guiomar Lobo 6 de agosto de 2013 às 13:05

Belo texto.
assim falam as paredes esconsas do nosso coração...

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