Quando
fostes embora abandonando a casa, deixou nos velhos quadros uma saudade
magoada, os retratos ainda estão lá insistindo uma cor,as imagens não se
definem, ficaram cinza os olhares e as palavras que eram de amor se emolduraram
de dor.
Quando
fostes embora a casa envelheceu. As paredes choram ensurdecendo a minha solidão
e as folhas desse longo outono cobrem o telhado, abandono enraizado!
Uma
casa terror que agoniza o olhar.
E
você se foi...
As
tuas palavras penduradas no varal ainda balançam com a brisa, às vezes confundo
a brisa com o teu toque e ouço tua canção, mera ilusão!
Eu
descanso na cadeira de balanço coberta com os retalhos dos nossos sonhos,
retalhos de memórias tantas que fizeram nossa história, mas o frio me veste e
eu sinto um grande tremor. A lua me sorri gelado e eu choro desamor.
Queria
acreditar que beijos curam as mágoas, queria acreditar que aquelas juras e
promessas fossem para sempre.
Queria
voltar nosso conto e sentir sua pele sobre os sentidos que calam. Queria
vestir-me de ti
A
casa ainda chora e sua estadia deixou lembranças pelos vidros na mesa, litros de saudades onde me embriago
de tua ausência...
Por
que você se foi quando prometeu ficar?
Um
nó aperta, eu fecho a janela e tudo vira escuridão
É
assim que sou
Negritude
solitária caída ao chão...
E
a casa te espera!
3 comentários:
Quando existe uma perda, parece que toda a casa, realmente, chora.
Beijos.
A solidão sempre habitando espaços deixados em branco.Parabéns.
Belo texto.
assim falam as paredes esconsas do nosso coração...
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