De repente tudo muda
O sorriso se abre
As cores aparecem
E você descobre que o choro que antes escorria sem parada, estanca da face restaurando a íris dando nova cor as janelas de dentro.
E aprende a ver luz onda só havia escuridão e tenta de alguma forma correr na contramão
Reestabelecendo o andar, abrindo as mãos e pegando sonhos...
De repente tudo muda, muda o olhar e as tantas formas de encarar os muros
E você vê a necessidade de não chorar ou chorar baixinho não deixando o mundo ouvir os teus soluços
E você cansa de soluçar banalidades, cansa de lutar contra o destino e se entrega
Ao tempo... as vontades... as saudades... que por vezes doem tanto
Mas a sua frente está o caminho: o certo, o necessário, mesmo que todas as dores insistem em sair, você as abafa ,disfarça e ri...
Por que de repente tudo muda e o pranto também transforma-se em alegria
O que será dessa dor que ainda insiste em bater asas
Seria tão fácil deixar externidades, seria tão simples correr o risco de fechar os olhos e não mais acordar Seria tão simples descansar as mãos e reescrever a ilusão
Um verso engasgado sangra nos olhos, não haveria de ter lenços brancos quando a solidão tinge de vermelho toda face. E toda dor escorre forte rasgando dentro o que deveriam ser sorrisos,
Eu não sei dessas angústias gritantes, pulsantes sem entendimentos, essa dor sem nome que aperta o peito e sufoca a garganta do tempo, deveriam ter respostas!
Lágrimas caem solitárias, abandonaram-se no cerrar da alma
São coisas sentidas
Tão sentidas que a dor física se sobrepõe às forças das mãos
Em vão todo verso...
Toda voz que embalava os meus sonhos
Um verso engasgado sangra nos olhos
Sangra nos olhos...
E é tão bonito ver o teu olhar
Nele navegar
Sonhar por entre as ondas
Azul de céu e mar
E amar... e amar...
A tua íris tem a cor do meu amor
A tua cor tem o jeito do querer
O teu querer tem meu braços
Que só sabem pedir você.
Lá, lá, lá, lá, lá
Hoje eu canto uma canção
Que mostra toda verdade
Que as coisas simples da vida
É que dão felicidade