quarta-feira, 20 de janeiro de 2010 - 5 comentários
Adormecido
Um poema adormecido na imensidão da madrugada, embalado pelo son do silêncio, adormecido como o sol à espera do despontar da aurora, adormecido como a princesa à espera do príncipe para despertá-la, para desposar suas rimas e tons.
Um poema esquecido, à deriva da imensidão, perdido na canção que se dispersam em sonhos. Ao menos ouvisses as canções que vibram sem acordes, livres nas pausas e nos timbres que tocam as letras.
Um poema que adormecido se vê como forma de sustentação, de redenção e até ilusão.
Um poema que se prefere assim, pois quando dormes te encontra em suas linhas.
Linhas trêmulas, que ainda desenha príncipes e pincesas, que desenha uma mínima possibilidade de existência nesses contos de fadas, transformados em contos reais, por vezes tão reais que se fazem dor.
E durante esse profundo sono, sonâmbulas vontades ousam escapar pelos versos, vontades embriagadas de nostalgia, de descrenças às possibilidades que ousam marcar o papel, o meu papel... a minha vida... as minhas páginas...
Deixo dormirem todas as palavras, todos os sonhos, toda poesia
E no silêncio que ainda me sobra canto uma cantiga de ninar...
Dorme poesia...
Dorme hoje
Por que amanhã é outro dia...

5 comentários:

Daniel 21 de janeiro de 2010 às 06:46

Obrigado pela visita em meu blog. Volte quando quiser.

Gostei da sua postagem.
Mas até que ponto é bomm esperarmos por algo? Será que não ficaremos esquecidos?

Beijo

Pena 22 de janeiro de 2010 às 06:28

Maravilhosa Poetiza Amiga:
Um Bem-Haja pelo seu encanto e beleza de princesinha num poema de beleza triste, mas imensa de significado literário profundo e magistral.
Parabéns sinceros.
Beijinhos amigos de respeito, estima e consideração pelo seu valor de ouro puro.
Sempre a admirá-la

pena

Helena Chiarello 22 de janeiro de 2010 às 14:24

A tua inspiração é sempre tão viva, que nem estando adormecidos os poemas deixam de acontecer... E sempre de uma forma sensível e bonita!
(Tem uma tristezinha aí, dizendo essas palavras? Espero que seja só inspiração.. rs...)
Um beiiiijo, marcinha!
Amodoro!

Nilson Barcelli 24 de janeiro de 2010 às 05:20

Querida amiga, o teu texto é fabuloso.
Admiro a tua sensibilidade pessoal e poética, afinal tão íntimas como inseparáveis.
Desejo-te um bom Domingo.
Beijo.

José Manuel Brazão 12 de fevereiro de 2010 às 05:21

Dorme poesia...
Dorme hoje
Por que amanhã é outro dia...

Um poema com esta esperança, mas ao longo dele sinto a rua nostalgia!

Eu acompanho-te sempre!
Sempre ao teu dispôr:

j.brazao@etcabo.pt

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