domingo, 15 de abril de 2012 - 4 comentários

Saber-se noite...


Saber-se noite, para esconder o olhar dos raios que denunciam as lágrimas frias
Ser noite para esconder-se no breu  da solidão os entendimentos em vão.
Por vezes doia-lhes o pulsar engasgando a falta, implorando o amor
Não há crenças, não há crenças nos gestos que ferem como espinhos o caminhar
São espinhos cravados feito coroa de rosas, eram rosas oferecidas afundadas no olhar
Perfurando retina, vazando dentro.
Saber ser noite para esconder-se
Para dormir a dor que se ressalta sempre com a luz do dia
Cansa-se as mãos, ouço a tristeza que chora, descansam as asas
Pensamento afoga-se
O que resta  desse verde morto?
O que resta desse sombrio abismo que se faz caminho?
Os retratos abandonados pelo tempo, esquecidos pelos risos
Enterros , migrações e a consante sina da posse do amor
Ser noite apenas bastaria? ser fria condensaria?
Tudo é tão estranho, tudo é tão revelador, tudo é dor
Dor constante... de um impossivel voo
Imagens dançam, festejam  e riem de longe
Comemoram o vazio que se protege... O meu vazio
Minhas flores não resistem, não insistem, não reagem ao calor
E são noites
E são negras...

4 comentários:

Sylvio de Alencar. 15 de abril de 2012 às 14:51

Lembro-me de minhas dores constantes, e dos impossíveis vôos que minha alma queria, da falta de um lugar onde encostar a cabeça, do desconhecido...
Tudo ficou lá atrás, nos meus 17, 18, 20...
Resistimos sim, e isso não é o melhor.
Um caminho longo, de fato sem muita luz, mas ainda assim um caminho...
O que me preocupa, é passar por isso de novo, de novo, e de novo, nas próximas vezes que por aqui neste planeta, aportar.
Ahhh..., mas depois tudo melhora! a vida se nos faz mais acessível, vê-se horizontes e os caminhos se alargam. Muito bom!

Acho que deveria andar com mais rapidez..., estou meio lento. Agora, já dá para correr.

Abraços!

regina ragazzi 15 de abril de 2012 às 19:00

profundamente dolorido.Cada verso arrancado da alma sofridamente.Dia escuro,alma coberta por uma névoa que impede a entrada do sol pela janela do seu olhar. Mas isso passa...isso vai passar... Bj carinhoso de saidades amigalinda.

ASAS 15 de abril de 2012 às 19:24

Regina, tão bom quando vens, suas palavras acalmam, sim amiga, isso passa, tem de passar, Um beijo na alma linda.

Alecrim do \campo 16 de abril de 2012 às 16:21

Espinhos cravados feitos coroas rasgam o peito e ferem o olhar ou como palavras que fazem sangrar...

lindo

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