domingo, 1 de janeiro de 2012 - 3 comentários

 Talvez eu me deixe levar por essa música de fundo que me acalenta nessa madrugada me fazendo reviver passados e pensar nesse ano que se inicia. Talvez eu não devesse mais deixar o pranto desaguar sem motivos dos meus olhos e devesse com toda força tirar esse nó da garganta que sufoca o peito e faz arder os olhos impedindo de enxergar as minusculas letras que saem do pensamento.Há quatro paredes vazias e uma tela cheia de vida e de fotografias que fazem os musculos do meu coração tremerem. Eu olho cada imagem e vejo tanta história... tantos risos e prantos já esquecidos pela falha memória e sinto uma imensa saudade, saudade do que não vivi, do que não fui e do que nunca poderei fazer ou realizar.Vi estampada na tela a vida  feita de rugas e dores, de perdas e dissabores, vi o tempo correr no leito dos meus olhos desaguando as minhas faltas e angustias por não tocar quem queria. O meu mundo é tão pequeno e ao mesmo tempo tão gigante, há tantos espaços ainda para se ousar, para se viver, para ser feliz de verdade. E eu me pergunto onde mora essa felicidade tão esperada, tão desejada? mora nesse mundo tão pequeno mas também tão gigante, mora no sorriso que hoje eu senti, mora nos abraços e nas felicitações de prosperidade que hoje recebi de cada ser que me completa e mora também nos braços daqueles que não posso tocar, nos beijos que eu ja não posso sentir, mora na angustiante saudade de querer ter quem não se pode mais, por que a vida encarregou-se de esquivar-se do caminho os olhares que poderiam estar juntos, então a felicidade mora também na tristeza e na solidão de não se estar, mas de saber que a vida mesmo distante ainda pulsa ou pulsou um dia. Essa tela faz renascer em mim tantas ausências, tantas dores, tantas lembranças e tantos amores, faz com que minha alma migre do eu para o eu, do eu para o mundo tão dentro, tão meu e essas coisas de dentro tingidas nessas cores que eu pinto com minhas letras florescendo nesse meu jardim, único, mas bem pessoal regado com todos os sentimentos que estão cá dentro, ora ocultos ou revelados, em versos ou proseados e eu amo estar nesse canto só meu, vendo esse mundo entre as quatro paredes, prometendo a cada ano viajar além sol, além janela, além alma. Há um modo particular em cada cor que vejo nas sementes que plantaram esse jardim e agradeço de um modo particular além da tela as flores que aqui passaram.
Há tantas promessas para o novo ano e eu quero começar com um sorriso!

3 comentários:

Margô de Chapéu 2 de janeiro de 2012 às 01:45

Muito lindo e intenso.
Texto que cabe em tantos seres como vc, como eu, e divagando chegamos no interior de nossa alma buscando assuntos não resolvidos que na maioria das vezes não cabe em nós a resolução.
Somos almas a aprender nesta jornada e em outras que se passaram e que virão.
Receba meu carinho, é só fechar os olhos que sentirá meu abraço apertado que pra mim também é necessário. Que Deus te ilumine sempre.
Deise de Macedo.

Alecrim do Campo 2 de janeiro de 2012 às 08:22

A felicida faz morada
no coração de cada um
as vezes la no fundinho
bem difícil de tocar
outras tão fácil que
da até pra beijar.

feliz 2012 alecrim do campo

regina ragazzi 6 de janeiro de 2012 às 14:53

Marcia... seu texto me emocionou porque cada frase que eu lia, nela eu me via. Lindo e único seu jeito de escrever assim tão docemente. Amei. E que esse ano a vida lhe dê muitos mais motivos para sorrir do que chorar. Bj carinhosoamiga.

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